quinta-feira, 30 de maio de 2013

Opinião da Olinda



A Olinda P. Gil, administradora do blogue "Rabiscos, Rascunhos e Limitada", leu o meu "Perdidos" e publicou no passado dia 18 de maio a sua opinião no seu blogue. Agradeço-lhe a mesma e o tempo que despendeu a ler o meu livro =D Aqui transcrevo o que ela disse:


« Perdidos, by Rute Canhoto
My rating: 3 of 5 stars
Apesar de parecer que já tinha lido esta história em algum lado (mas quem sou eu para dizer isso quando estou a fazer o mesmo? ) a leitura conseguiu prender-me. E logo eu que não sou grande apreciadora de livros grandes ( mas leio muitos )! Isto porque até ao final tive a esperança de haver qualquer coisa de diferente. Não houve (mas acredito que possa haver no seguimento).
Um dos pontos mais positivos no livro, para mim, foi a escolha de Alcácer do Sal para palco privilegiado dos acontecimentos. Está certo que é a terra natal da autora, mas sendo uma localidade tão simpática, e que tão simpaticamente foi descrita, tornou-se perfeita na história. Os diferentes espaços da cidade foram muito bem introduzidos na narrativa, tornaram-se imprescidíveis até. Foi uma óptima publicidade! Mas confesso que levei todo o livro à espera de uma cena na praia... Não vale!
Contudo, para mim, o livro teve algumas falhas de realismo ( sim, eu sei que é fantástico, mas não tem nada a ver com isso).
A relação entre Marina e Ana: a maneira como se tratam oralmente não é habitual. O modo como a relação entre as duas se desmorona também não é habitual acontecer sem que as partes sofram com isso. E se Marina tinha mais com que se preocupar, aqui Ana poderia ter entrado na narrativa como resistente à amizade e grande inquiridora de Marina e das suas atitudes.
Algumas atitudes de Marina não se coadunam com a sua personalidade. Não tem nada a ver com o bad boy . Mas sim com a rápida dependência deste e completa submissão a ele.(view spoiler) O modo como ela arrasta a situação com Joshua também não é nada simpática. Eu sei, há muito que o faça (eu cheguei a sofrer artimanhas dessas), mas ela não me parece ser o tipo de pessoa que o fizesse. E por fim: onde estão os poderes de Marina? Sim, uma das coisas que mais me encantou no texto foi o facto de se ter pegado na história dos escravos negros do Sado e depois ter ficado por ali. Ela bem que pode ter uns poderes herdados desses antepassados, e há aqui a possibilidade de introduzir um fantástico muito africano e inusual! ;)
O modo como ela leva o rapaz para casa dela também não é natural. Mas ela não tem medo que a mãe o ouça?
A relação delas as duas com a irmã também é pouco natural. Poderia haver um desapego, mas parece-me que devia haver um esforço da Marina e da mãe(e natural sofrimento e frustração) para que as coisas não fossem assim.
O Joshua não se farta de Marina? Expliquem-me: ou ele é um anjo e ainda se vai revelar noutros volumes ou é um grande banana! Já estava na altura dele desamparar a loja.
Gostei da linguagem utilizada no livro. É fluida, de fácil leitura sem cair em simplicismos. Mas houve um excesso de zelo pela procura de sinonímia que por vezes ficou estranho. Se é chato estarmos sempre a repetir palavras, repetir sinónimos também é estranho, especialmente quando não são de uso corrente. Nunca tinha lido tanta vez "pedagogo" e "docente" fora de textos de didáctica.
Foi um grande trabalho, e espero que os próximos volumes ainda dêem mais valor ao nosso Português e ao Alentejo! »



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