terça-feira, 30 de julho de 2013

Opinião da Clarinda

A Clarinda leu o meu "Perdidos", facto que agradeço desde já, e publicou a sua opinião aqui: http://lerviverler.blogspot.pt/2013/07/perdidos-opiniao.html 
Cá está a transcrição do que escreveu:

A minha Opinião


“Perdidos” é um livro que me chamou a atenção desde o seu lançamento, por ser um livro de uma autora portuguesa e porque a narrativa se passa no Alentejo. É um livro do género Fantasia/Young-adult. Gosto muito deste tipo de livros, não sei se devido a algum “défice literário no meu crescimento como leitora”, se por ser mãe de duas adolescentes que me enchem a casa com este tipo de literatura.

A narrativa cresce à volta de uma adolescente, a Marina, que inesperadamente é confrontada com uma realidade completamente fora do seu espaço de conforto e dos seus planos de vida. Acontecimentos estranhos começam a dificultar-lhe, literalmente, a vida. No entanto, há sempre algo de sobrenatural que a ajuda, que a salva, que a protege, ou não...

As personagens jovens estão bem construídas, são o retrato praticamente fiel da nossa juventude. Os sonhos, as lutas, o desinteresse de alguns e a ideia de superioridade de outros, a impulsividade, o querer viver tudo de uma vez, o ignorar o outro por vezes sem más intenções, está muito bem retratado nesta narrativa. O crescimento de Marina e das restantes personagens é positivo, credível e coerente. A descoberta do primeiro amor, as escolhas, o ter que enfrentar realidades que não são tão típicas e lógicas, leva esta Marina e esta narrativa a prender o leitor de forma bastante eficaz. O espaço físico de Alcácer do Sal, tão bem descrito e atrativo, contribui como “mais-valia” para o complemento da narrativa.
Gostei do Joshua e quero ver mais segurança, amor-próprio, magia e diferença nele também. Adorei o Lucas e o seu misticismo, espero ficar ainda mais cativada no segundo livro. Achei a Ana, a melhor amiga de Marina, uma personagem essencial na narrativa. Ela é engraçada, divertida, uma menina sem stresses que dá um ar mais leve a toda a trama. No que concerne à família de Ana, considero-a um pouco “esquisita”. Como progenitora acho que seria muito mais mãe, principalmente em relação à filha que está  longe. Em termos de relações familiares, achei tudo um pouco “frio”.

A escrita é clara, acessível, certinha, sem grandes erros nem grandes voos. O equilíbrio entre a narrativa e o diálogo, entre o sério e o engraçado, está adequado a todo o tipo de leitor e cativa pela sua fluência. No meio de tanta fantasia a autora conseguiu ainda inovar com a sua abordagem aos temas demónios/inferno e penso que tocou pontos que pode claramente aproveitar para explorar o fantástico, como por exemplo a ascendência de Marina.
Há apenas um ponto menos positivo que não quero deixar de referir. Gostava de ter lido mais sobre a vertente fantástica da trama, a autora deixou-me durante muito tempo a “imaginar”. Sei que é uma das formas de nos prender à leitura, mas “boas cenas” também o são. Na continuação quero ver muito mais ação e aventura. Pode ser?!

Mais uma autora portuguesa que considero promissora dentro do género. Uma autora que irei seguir e, estou convencida de que terá lugar-cativo na minha estante.


Obrigada Rute, pela possibilidade que me deu de ler a sua obra em suporte digital!

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